Tudo que você precisa saber sobre Glutamina

Renato Fernandes é nutricionista sob CRN9/ 22289 desde 2019. Ele é apaixonado por transmitir conteúdo de saúde, nutrição, musculação e lifestyle para as pessoas. Hoje, ele atua como colunista em vários sites, inclusive o Saúde Pulso. Você pode acompanhá-lo nas redes sociais Linkedin e Instagram.

A glutamina é um aminoácido não essencial importante para a saúde imunológica e gastrointestinal. A substância é produzida pelo corpo de forma natural, mas, em algumas situações, a suplementação é necessária.

Após ser sintetizada pelo organismo, a glutamina desempenha um papel importante em vários processos fisiológicos, incluindo a regulação da função imune, o equilíbrio ácido-base nos rins e o fornecimento de energia para as células, especialmente as do trato gastrointestinal e do sistema imunológico.

Em situações de estresse metabólico, como em doenças intestinais e as doenças imunossupressoras, a demanda por glutamina pode exceder a capacidade do corpo de produzi-la, tornando a suplementação necessária.

De acordo com alguns estudos, a glutamina também contribui para a redução da morbimortalidade em pacientes catabólicos e auxilia na proteção contra danos causados pelo estresse oxidativo. No universo esportivo, o suplemento de glutamina serve para melhorar a recuperação muscular e manter as células musculares saudáveis.

Leia o artigo completo e saiba tudo sobre a glutamina!

Pontos principais

A glutamina é necessária principalmente em situações de estresse metabólico, quando a capacidade de produção endógena do corpo encontra-se reduzida;
Vários suplementos possuem glutamina como um dos seus componentes, como o Whey Protein, Creatina e alguns pré-treinos;

O que é glutamina?

A glutamina é um aminoácido classificado como não essencial. Isso significa que o nosso corpo consegue produzi-la naturalmente quando estamos saudáveis. No entanto, alguns problemas de saúde que interferem na síntese celular reduzem a sua produção, como gripes, resfriados, inflamações intestinais, doenças autoimunes e até a exaustão física causada pelos treinos.

As principais funções da glutamina são:

Síntese de proteínas: como aminoácido, a glutamina faz parte da composição das proteínas, sendo fundamental para a construção e reparo muscular;
Equilíbrio ácido-base nos rins: quando se encontra em quantidades adequadas no corpo, a glutamina contribui para a conversão de amônia (um componente metabólico tóxico) em ureia (eliminada na urina) por meio da síntese de glutamato e alanina;
Suporte ao sistema imunológico: a glutamina é uma das principais fontes de energia para as células imunológicas;
Integridade intestinal: é eficaz na manutenção da integridade da barreira intestinal, mantendo-a forte e saudável e evitando desequilíbrios na microbiota.

Para que serve a glutamina?

A glutamina serve para auxiliar na eficiência do metabolismo energético, promover a síntese de proteínas, equilibrar os níveis de nitrogênio e preservar a saúde intestinal e imunológica.

Metabolismo energético: a glutamina é um importante substrato metabólico para as células em rápida divisão, como as do sistema imunitário e do trato gastrointestinal;
Síntese de proteínas: a glutamina participa ativamente da síntese de proteínas essenciais para a reparação e crescimento de tecidos;
Equilíbrio de nitrogênio: a glutamina auxilia no balanço de nitrogênio corporal, essencial durante o estado de catabolismo;
Sistema imunológico: a glutamina é essencial para manter as células do sistema imune saudáveis, estimulando a produção de macrófagos, neutrófilos e células NK (naturais killers);
Saúde intestinal: um dos grandes feitos da glutamina é a sua capacidade de evitar a permeabilidade do intestino, condição que aumenta os riscos de passagem de vírus, bactérias e patógenos nocivos nas paredes deste órgão;
Desenvolvimento embrionário: estudos indicam que a glutamina está diretamente envolvida no desenvolvimento embrionário, dando suporte para uma gestação saudável e sem riscos;
Melhora no desempenho esportivo: o suplemento de glutamina é prescrito para recuperação muscular após exercícios intensos, acelerando a recuperação do tecido muscular lesado.

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Como a glutamina age no corpo?

A glutamina age no corpo permitindo que as células musculares, intestinais e imunológicas tenham uma nutrição inadequada. Isso evita a perda de massa muscular, queda na contagem de linfócitos e outras células de defesa, impedindo que o intestino reduza a capacidade de absorver os nutrientes fornecidos pela alimentação.

A síntese de glutamina acontece no músculo esquelético. Para isso acontecer, o glutamato é necessário, sendo captado na corrente sanguínea para liberar os carbonos necessários para a síntese de glutamina. Os tecidos que mais consomem glutamina são o intestino, as células do sistema imunológico e os rins.

Além disso, níveis adequados de glutamina evitam a translocação bacteriana, com potencial notável para inflamação sistêmica que agride todo o sistema gastrointestinal, podendo causar disbiose, colite ulcerativa, desidratação e outros problemas mais graves.

Quais são os benefícios da glutamina?

Os principais benefícios da glutamina são a nutrição para as células intestinais, energia para as células imunológicas, efeitos antioxidantes, cicatrização e recuperação de lesões físicas e musculares, suporte atlético e melhora na cognição.

1. Nutrição para as células intestinais

A glutamina é uma fonte primária de energia para as células do intestino, promovendo a saúde e a integridade deste sistema. Sem glutamina, os enterócitos estão mais suscetíveis a danos estruturais e físicos, provocando infecções e queda na absorção de vitaminas e minerais.

2. Energia para as células imunológicas

Em situações em que a imunidade é colocada à prova, como durante uma gripe, resfriados, dengue, queimaduras ou cirurgias invasivas, a produção de glutamina pode ser comprometida, mas não pode ser negligenciada, uma vez que é ela quem alimenta as células de defesa do corpo.

3. Efeitos antioxidantes

A glutamina é uma precursora da síntese de glutationa, um dos principais antioxidantes celulares, que ajuda a neutralizar os radicais livres e reduzir o estresse oxidativo. Esse processo é vital para a manutenção da integridade celular e para a promoção de uma função imunológica saudável.

4. Cicatrização e recuperação de lesões físicas e musculares

A glutamina acelera o processo de cicatrização de feridas, fundamental para a recuperação da homeostase (equilíbrio) corporal. Conforme alguns estudos, ela também participa da recuperação de lesões musculares provocadas por má postura ou por processos inflamatórios relacionados à atividade física.

5. Suporte atlético

Atletas estão entre os grupos mais beneficiados com a suplementação de glutamina, devido a sua participação no processo de síntese proteica e produção de glutationa. No entanto, o uso de glutamina em atletas deve ser feito com segurança e supervisão.

6. Melhora da cognição

Estudos mais recentes descobriram que a glutamina pode ajudar no combate ao declínio da cognição relacionada ao envelhecimento ou causado por doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. A suplementação com o aminoácido aumentou a capacidade cognitiva de camundongos e obteve um efeito protetor no grupo que já estava com alguma dessas condições.

Quando e como tomar glutamina?

Para melhores resultados, a glutamina pode ser tomada em quatro horários:

1. Pós-treino: consuma de 5 a 10 gramas após os exercícios para ajudar na recuperação muscular e na reposição dos estoques de glutamina catabolizados durante as atividades físicas.

2. Pré-treino: 5 a 10 gramas de glutamina antes do treino estimulam a produção de glutationa e aumentam a oferta de energia para os músculos, prevenindo a fadiga.

3. Antes de dormir: tome de 5 a 10 gramas antes de deitar para prevenir a perda de massa magra noturna e apoiar o sistema imunológico.

4. Desjejum: tomar glutamina no desjejum é bom para estimular a produção de células de defesa e fortalecer as funções intestinais.

O preparo da glutamina é bem simples: basta misturar a quantidade prescrita pelo nutricionista ao líquido de sua preferência, respeitando as recomendações do fabricante.

Quais são os efeitos colaterais da glutamina?

A glutamina é segura e bem tolerada pela maioria das pessoas quando consumida nas doses recomendadas. No entanto, alguns indivíduos podem experimentar efeitos colaterais, especialmente com o consumo em altas doses. Os efeitos colaterais mais comuns do excesso de glutamina são:

Distúrbios gastrointestinais, como gases, inchaço e cólicas;
Dor de cabeça e tontura em alguns casos;
Reações alérgicas, que incluem erupções cutâneas ou dificuldade para respirar;
Alterações na função renal e hepática, principalmente em quem já possui alguma dessas condições preexistentes.

Perguntas frequentes

Qual é a melhor hora para tomar glutamina?

A melhor hora para tomar glutamina para melhor a recuperação física e aumentar a síntese proteica é no pós-treino. Se o seu objetivo for melhorar a saúde imunológica e intestinal, tome a glutamina no desjejum ou 2 horas antes de dormir.

Glutamina aumenta a massa muscular?

Sim, a glutamina é um aminoácido importante no aumento de massa muscular, já que é produzida diretamente nos músculos. Porém, este efeito é melhor alcançado com a ajuda de uma alimentação balanceada e de atividades físicas.

Glutamina engorda ou emagrece?

Não há evidências claras de que a glutamina engorde ou emagreça. Seu papel está mais associado ao equilíbrio da saúde intestinal e ao suporte do sistema imunológico.

Posso tomar glutamina com outros suplementos?

Sim, a glutamina pode ser combinada com outros suplementos, como BCAAs ou Whey Protein, conforme as suas necessidades individuais e através da orientação do seu nutricionista.

Existe alguma contraindicação no uso de glutamina?

Pessoas com problemas renais ou hepáticos devem ter atenção com o consumo de glutamina e buscar orientação médica/nutricional antes de iniciar a suplementação.