O uso de creatina para cavalo em humanos é incomum, mas acontece, mesmo com a publicação de notícias e estudos afirmando que este tipo de suplemento não é indicado para seres humanos.
A creatina é uma substância que melhora a performance muscular durante atividades de alta intensidade, como musculação e corrida. Seus benefícios servem para atletas e pessoas comuns, mas a suplementação também é usada em cavalos de competição.
A creatina para cavalo é usada para otimizar a energia disponível nos músculos dos animais, melhorando seu desempenho em treinos e competições. Apesar de utilizada somente em equinos, a creatina para cavalo despertou interesse dos atletas humanos, que buscam benefícios semelhantes em suas próprias atividades físicas.
No entanto, a transposição do uso de creatina de cavalos em seres humanos precisa de uma compreensão cuidadosa e diferenciada. Isso porque a fisiologia equina e humana têm diferenças significativas, e o que é benéfico para um cavalo pode não ser seguro ou eficaz para uma pessoa normal. Não à toa, a proibição do uso desses suplementos em humanos é rigorosa e fundamentada em pesquisas científicas que buscam garantir a segurança e a saúde dos usuários.
Leia até o final e saiba tudo sobre este assunto tão polêmico do mundo fitness.
Pontos principais:
- A creatina destinada para cavalos, embora utilizada para melhorar a performance muscular em equinos, não é adequada para consumo humano;
- A composição e concentração de ingredientes na creatina para cavalos são formuladas especificamente para as necessidades e capacidades metabólicas destes animais;
- Produtos veterinários não seguem os mesmos padrões de segurança e composição exigidos para suplementos destinados a humanos.
O que é creatina para cavalo?
A creatina para cavalos, assim como a creatina para humanos, é um composto orgânico que desempenha papel importante nos sistemas de energia dos músculos, contribuindo para o aumento de performance e resistência durante atividades físicas intensas.
Confira mais detalhes sobre a creatina para cavalo a seguir:
- Função: Ajuda a regenerar o ATP (trifosfato de adenosina), principal fonte de energia durante esforços rápidos e intensos;
- Benefícios: Melhora a força muscular e a resistência, auxiliando os cavalos em exercícios de alta intensidade;
- Forma: Está disponível na forma de creatina pura em pó.
Como você pode ver, as semelhanças da creatina para humanos e para cavalos são muitas — ambas servem para otimizar o sistema energético muscular. No entanto, as diferenças são evidentes nas doses e formulações específicas para cada espécie, respeitando sua fisiologia metabólica e física.
Diferenças entre uso de creatina em humanos e cavalos:
- Metabolismo: Os cavalos possuem um sistema digestivo único, o que requer formulações específicas e mais concentradas de suplementos;
- Doses: As quantidades administradas devem ser ajustadas de acordo com o peso e porte do animal.
Dito isso, fica claro que o uso desta suplementação em humanos é absolutamente indevida. O sistema digestivo equino, bem como suas especificidades metabólicas, são completamente diferentes das nossas, o que torna perigoso o consumo da substância por humanos.
Riscos associados ao uso em humanos
Os suplementos específicos para estimular a hipertrofia e ganho de massa muscular, como a creatina, aumentam a disponibilidade de energia para potencializar os treinos.
No entanto, a creatina para cavalo é formulada para atender às necessidades dos animais e é inapropriada para consumo humano devido às diferenças na composição e na concentração de ingredientes.
A utilização de produtos veterinários por humanos implica em riscos à saúde devido às tolerâncias não testadas em nosso metabolismo. Os efeitos colaterais de usar creatina para cavalo incluem:
- Problemas Renais: O consumo de creatina para cavalo em humanos sobrecarrega os rins, uma vez que a creatina em altas doses aumenta a necessidade de filtração;
- Desequilíbrio Eletrolítico: A composição pensada em equinos altera os níveis de eletrólitos no corpo humano, afetando suas funções sistêmicas;
Casos documentados de efeitos adversos em humanos são limitados, mas o uso de suplementos não aprovados para pessoas está intrinsecamente ligado a incertezas e perigos potenciais. Algumas reações adversas observadas em estudos com cavalos sugerem que usar creatina para cavalo em humanos pode trazer resultados negativos:
- Complicações gastrointestinais, como diarreias e desconforto abdominal;
- Alergias a componentes específicos da creatina para equinos;
- Complicações geradas por interações medicamentosas indevidas;
Histórico do uso de creatina em animais e humanos
A creatina é um composto naturalmente encontrado em alguns alimentos e utilizado como suplemento desde a década de 1990, após sua eficácia ter sido comprovada na melhora da performance atlética em humanos.
No mesmo período, a creatina para cavalos começou a ser estudada. As pessoas queriam saber se os mesmos benefícios se aplicariam aos equinos.
- Primeiros usos em humanos: A creatina começou a ser usada para melhorar a força e a resistência muscular dos atletas.
- Pesquisa em animais: Estudos se expandiram para verificar a eficácia em outras espécies, como cavalos, que têm uma grande demanda muscular em esportes.
Em cavalos, a suplementação com creatina surgiu para melhorar o desempenho atlético e a recuperação destes animais após exercícios físicos intensos. Nesse período, foi observado que há uma demanda de produtos que ajudam no consumo de oxigênio e na reposição rápida de ATP, crucial em provas de corrida e saltos.
Em humanos, a creatina é usada por atletas profissionais e entusiastas da musculação. O composto é reconhecido por ajudar a aumentar a massa magra, melhorar o desempenho em exercícios de alta intensidade e auxiliar na recuperação muscular.
Perspectiva científica e regulamentação
A discussão sobre a utilização de creatina para cavalo em seres humanos é apoiada nas pesquisas científicas.
Entre os efeitos colaterais da creatina para cavalo em humanos, estão inclusos distúrbios gastrointestinais e desidratação. No entanto, os estudos sobre creatina para cavalo em humanos são escassos, uma vez que a composição e dosagem destinadas aos animais não são adequadas para o nosso consumo.
Quanto à regulamentação, organismos de saúde e agências reguladoras determinam parâmetros seguros para a fabricação e vendas de suplementos voltados para humanos e animais.
A ANVISA, por exemplo, estabelece que produtos desenvolvidos para pessoas devem seguir normas específicas e procedimentos rigorosos antes de serem liberados para consumo.
Portanto, a creatina para cavalo não é indicada para seres humanos. Afinal, a falta de estudos e regulamentação específica indica que mais pesquisas são necessárias para garantir a saúde e segurança dos consumidores.
Alternativas seguras para humanos
A melhor creatina para uso em seres humanos é aquela que atende aos requisitos e normas de fabricação vigentes em cada país. Os requisitos para uma boa escolha podem ser conferidos adiante:
- Grau de Pureza: Procure marcas com selo de qualidade e tenham sido testadas por órgãos fiscalizatórios, garantindo a ausência de contaminantes;
- Origem: Dê preferência para suplementos fabricados em laboratórios aprovados pela ANVISA, que incentivam as boas práticas de fabricação;
- Tipo de Creatina: Creatina monohidratada, micronizada, etil-éster, alcalina e creatina HCL são diferentes entre si e cada uma delas é específica para um determinado objetivo (veja qual é o melhor tipo de creatina para você aqui).
- Dosagem Adequada: Tome a quantidade indicada pelo fabricante e/ou profissional da saúde para evitar o excesso, que pode trazer efeitos negativos como proteinúria e danos renais.
Ao considerar a escolha do suplemento de creatina é importante realizar uma pesquisa cuidadosa e analisar somente marcas feitas especificamente para seres humanos.
Conclusão
O uso de creatina para cavalo não é seguro para os seres humanos, mesmo que em doses mais baixas. A anatomia e fisiologia desses animais é completamente diferente da humana, e tanto as necessidades proteicas quanto o metabolismo de cada espécie são naturalmente distintas.
Entre os efeitos colaterais que a creatina para cavalo podem trazer no organismo humano estão: cólica, gases, diarreia, insuficiência renal e problemas de absorção de vitaminas e minerais.
Embora a composição da creatina para cavalo seja semelhante à da creatina para humanos, existem diferenças na concentração de aminoácidos e outras substâncias usadas como ingredientes para a fabricação.
Até o momento, a recomendação das entidades de saúde no mundo todo é que a creatina humana seja preferência e que a creatina para cavalo seja usada exclusivamente por estes animais.
Confira também nosso guia de cuidados com a creatina.
Perguntas frequentes
Quais são os efeitos da creatina para cavalos no corpo humano?
A creatina para cavalos é formulada para atender às exigências metabólicas desses animais e não é adequada para o consumo humano. Seu efeito no corpo humano não foi amplamente estudado e pode ser extremamente perigoso, devido às diferenças no metabolismo das espécies.
A creatina para cavalo é legal para consumo humano?
O uso de suplementos destinados a animais em seres humanos não é recomendado e pode, inclusive, ser ilegal dependendo da legislação local. Portanto, a creatina para cavalo não é a melhor alternativa para uso em atletas ou praticantes de musculação.
O que tem na creatina para cavalos?
A creatina para cavalos contém o mesmo composto que a versão humana, que é a creatina monohidratada. Entretanto, ela possui diferentes concentrações e deve ser combinada com outros aditivos específicos na dieta destes animais.
Existe diferença na eficácia entre a creatina para cavalo e para humanos?
Embora a creatina seja essencial em ambas as espécies para a ressíntese de ATP, existe uma grande diferença na eficácia da creatina para cavalo quando usada por humanos, já que a fórmula foi feita pensando na fisiologia dos equinos.
Quais são os mitos comuns sobre a creatina para cavalo?
Um exemplo clássico é a crença de que a creatina para cavalos pode oferecer benefícios superiores à versão humana. No entanto, essas alegações ainda precisam de comprovação científica e ignoram os potenciais sintomas adversos causados pela ingestão de uma formulação não designada para consumo humano.