Hipertensos podem tomar creatina?

De forma resumida, sim, hipertensos podem tomar creatina. Estudos apontam que o uso da creatina, de maneira orientada e dentro das dosagens corretas, não oferece riscos à saúde de pessoas com hipertensão arterial.

No entanto, um fator que deve ser levado em consideração é a pureza da creatina. Muitas possuem sódio em sua composição, o que deve impactar na pressão arterial.

Este debate acontece pois alguns estudos apontam que a creatina pode aumentar a pressão arterial. Mas também há indícios contrários… Uma revisão de literatura sobre os efeitos da suplementação de creatina investiga a relação entre o uso do suplemento e a função renal de pacientes hipertensos, sugerindo diretrizes para o uso responsável e seguro da creatina neste grupo.

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Uma pessoa que possui hipertensão deve fazer uma dieta saudável, rica em frutas e vegetais e pobre em gordura, e a creatina pode fazer parte desse estilo de vida.

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Pontos principais

  • Pessoas hipertensas podem tomar creatina como parte de uma rotina saudável;
  • É importante entender qual é o melhor tipo de creatina para cada caso;
  • Embora mais estudos sejam necessários, a literatura mostra que a creatina é segura para indivíduos com hipertensão;

A creatina e seus efeitos no corpo

A creatina está associada a uma variedade de efeitos benéficos, desde o aprimoramento da atuação esportiva até efeitos neuroprotetores.

Elaboramos uma lista dos principais efeitos da creatina na saúde geral:

  • Melhora no Desempenho atlético: a creatina aumenta a força muscular e melhora o desempenho em exercícios de alta intensidade;
  • Apoio ao Crescimento Muscular: a creatina auxilia no crescimento muscular, a partir do aumento de água nos músculos, estimulando a síntese de proteínas;
  • Potencial Neuroprotetor: estudos sugerem que a creatina tem efeitos neuroprotetores, ajudando a prevenir ou retardar a progressão de algumas doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e a doença de Huntington;
  • Benefícios à saúde cognitiva: algumas evidências apontam que a creatina melhora aspectos da função cognitiva, especialmente em situações de privação de sono ou em condições de oxigênio reduzido.

Mitos e verdades sobre creatina e hipertensão

Este tópico explora os mitos e verdades envolvendo a suplementação de creatina e seu potencial impacto na pressão arterial, com um enfoque particular nas evidências científicas disponíveis.

Mito: A creatina causa hipertensão em todos os usuários.

Explicação: Estudos não mostraram um aumento significativo na pressão arterial para indivíduos saudáveis suplementando com creatina.

Mito: O uso de creatina é sempre seguro, independentemente das condições de saúde preexistentes.

Explicação: Indivíduos com condições pré-existentes, especialmente aqueles com problemas renais ou hepáticos, devem consultar um médico antes de usar a creatina.

Mito: A creatina leva a um ganho de peso imediato e indesejado devido à retenção de água, afetando a pressão arterial.

Explicação: Enquanto a creatina pode causar retenção de água intramuscular, não há evidências diretas de que isso contribua para um aumento da pressão arterial ou ganho de peso que afete a saúde cardiovascular.

Mito: A creatina só deve ser usada por atletas profissionais e fisiculturistas.

Explicação: A suplementação com creatina pode beneficiar uma variedade de indivíduos, incluindo atletas amadores e pessoas que procuram melhorar a performance física e a recuperação muscular.

Mito: A creatina prejudica a função renal, o que pode levar à hipertensão.

Explicação: Em doses recomendadas, a creatina não demonstrou prejudicar a função renal em indivíduos saudáveis, nem há evidência conclusiva de que contribua para a hipertensão através de danos renais.

Análise de estudos científicos sobre creatina e hipertensão

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A preocupação sobre se a suplementação com creatina pode influenciar a pressão arterial tem levado a diversas investigações científicas. Abaixo, destacamos estudos relevantes que fornecem insights sobre essa relação.

  1. Um estudo publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition examinou os efeitos da suplementação de creatina em um grupo de indivíduos saudáveis durante um período de exercício resistido. Os resultados indicaram que a creatina não teve impacto significativo na pressão arterial sistólica ou diastólica (Francaux & Poortmans, 2006).
  2. Uma revisão sistemática, também disponível no “Journal of the International Society of Sports Nutrition”, analisou o impacto da creatina em vários marcadores de saúde em atletas, incluindo a pressão arterial. A conclusão foi de que a creatina, quando usada dentro das dosagens recomendadas, não exerce efeitos adversos sobre a pressão arterial e pode ser considerada segura para atletas e indivíduos ativos (Kreider et al., 2017).
  3. Em um estudo longitudinal com participantes submetidos a suplementação de creatina por um período estendido, não foram observadas alterações significativas na pressão arterial, sugerindo que o uso prolongado de creatina não está associado ao desenvolvimento de hipertensão (Dalbo et al., 2008).

Tendências futuras na pesquisa sobre creatina e saúde cardiovascular

O interesse científico na relação entre creatina, saúde do coração e sistema arterial tem crescido. Os pesquisadores se concentram em compreender como a creatina pode aumentar a pressão arterial, como ela afeta o sistema cardiovascular e quais são os mecanismos subjacentes.

Fatores como a pureza dos suplementos e a resposta individual são essenciais para entender os efeitos plenos da creatina no corpo e na saúde cardiovascular.

Diretrizes de uso da creatina para hipertensos

A dosagem recomendada de creatina para adultos saudáveis é de 3 a 5 gramas por dia. No entanto, para hipertensos essa dosagem deve ser ajustada pelo médico, sendo fundamental o monitoramento da pressão.

Outro aspecto a ser monitorado é a hidratação, pois a creatina aumenta a necessidade de água no corpo. Para que a desidratação não aconteça, é aconselhável aumentar a ingestão de líquidos no decorrer do dia e realizar ajustes na dieta para garantir uma excreção adequada, evitando a sobrecarga renal.

Lembre-se: é importante que pessoas hipertensas consultem um médico ou profissional de saúde antes de iniciar a suplementação com creatina.

Alternativas seguras à creatina para hipertensos

Quando se busca por suplementação segura e saudável para hipertensos, é importante considerar opções que não interfiram na pressão arterial.

  1. Beta-alanina: é uma alternativa benéfica pois atua na melhora da atuação durante os exercícios de alta intensidade sem influenciar na pressão arterial;
  2. L-Citrulina: é uma opção válida pela sua capacidade de aumentar os níveis de óxido nítrico, melhorando o fluxo sanguíneo e beneficiando a circulação.
  3. Colágeno: vem se mostrando uma opção promissora para auxiliar no combate à hipertensão arterial, embora seu papel no desempenho atlético e na saúde cardíaca ainda necessite de mais estudos.
  4. Alternativas naturais: o suco de beterraba ou suco de abacaxi, conhecidos por melhorar o desempenho, são fontes naturais de nitratos, compostos que reduzem a pressão arterial naturalmente.

Estilo de vida e controle da pressão arterial

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Um estilo de vida saudável é fundamental para a manutenção e controle da pressão arterial. Pessoas hipertensas devem adotar hábitos que contribuam para a estabilidade da saúde cardiovascular.

Confira alternativas simples para manter a pressão arterial controlada, evitando eventos graves relacionados:

  1. Faça Atividades Físicas: a prática regular de atividade física é um dos métodos mais eficazes para o controle da pressão arterial. Exercícios como caminhada, natação e ciclismo estão entre os mais indicados;
  2. Tenha uma Alimentação Equilibrada: uma dieta balanceada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais ajuda a estabilizar a pressão arterial. Além disso, é importante limitar a ingestão de sódio e alimentos ultraprocessados;
  3. Mantenha um peso saudável: o controle do peso corporal é indispensável na regulação da pressão. A obesidade, por exemplo, aumenta significativamente os riscos cardíacos relacionados à hipertensão;
  4. Gerencie o estresse: técnicas de relaxamento e controle do estresse, como meditação e ioga, têm um papel positivo na redução da pressão arterial;
  5. Elimine o tabagismo: o uso de tabaco é um fator que eleva a pressão arterial e acarreta outros prejuízos à saúde;
  6. Priorize um sono adequado: uma boa noite de sono é importante para manter a pressão arterial em níveis normais. Pessoas hipertensas e saudáveis devem ter de 7 a 9 horas de sono por noite.

Considerações finais

A creatina pode ser usada por pessoas que sofrem de hipertensão arterial, desde que isto seja feito com acompanhamento médico e nutricional. É importante também que exista atenção na hora da escolha do suplemento, já que muitas marcas possuem sódio em sua composição.

É fundamental lembrar que cada indivíduo reage de maneira diferente ao suplemento. Somente uma avaliação médica irá garantir níveis seguros do uso da creatina por pessoas hipertensas.

Pesquisas envolvendo possíveis riscos da creatina para pessoas hipertensas continuam a evoluir, sendo responsáveis por fornecer mais visões sobre a interação entre o suplemento e a saúde das artérias e veias.

Perguntas frequentes

Quem tem hipertensão pode tomar creatina?

Sim, desde que sejam acompanhadas por médicos e profissionais de saúde. Embora pesquisas indiquem que o consumo de creatina em doses moderadas é aceitável, apenas um profissional capacitado pode efetivamente dosar a quantidade certa do suplemento.

Qual é o melhor suplemento para quem tem pressão alta?

Para quem tem pressão alta, suplementos com potássio e magnésio são frequentemente recomendados para apoiar o controle da pressão arterial, sempre sob supervisão médica.

Hipertensos podem fazer musculação?

Sim, os hipertensos podem praticar musculação sob orientação de um profissional de educação física e com acompanhamento médico, uma vez que os exercícios de força auxiliam no controle da pressão arterial e na melhora do estado de saúde.